31 de Dezembro
Quando lido lá na plena luz do Céu, que visão gloriosa e maravilhosa não desenrolará ante os seus olhos agradecidos, o seu "até aqui".
do livro: MANANCIAIS NO DESERTO
Eis que lhe sobreveio um horror de grandes trevas. (Gn15.12.)
Finalmente o sol se pôs e a rápida noite oriental cobriu a cena. Cansado pelo conflito mental, pelo estado de alerta e pelo desgaste do dia, Abraão caiu em profundo sono, e naquele sono sua alma foi oprimida por uma densa e terrível escuridão que quase o sufocou, e que pairou sobre o seu coração como um pesadelo. Você conhece um pouco do horror daquela escuridão?
Quando algum terrível sofrimento, que parece difícil de ser conciliado com o perfeito amor, desaba sobre a alma, sacudindo dela todo o seu calmo repouso na misericórdia de Deus e lançando-a num mar escuro, sem um raio de esperança; quando mãos impiedosas e cruéis maltratam o coração confiante a um ponto em que ele começa a duvidar se há um Deus em cima, que vê aquilo e o permite — esse coração conhece o "horror de grandes trevas". É disto que é feita a vida humana.
De brilho e penumbra; sol e sombra; cadeias de nuvens, seguidas de aberturas luminosas; e no meio de tudo, a justiça de Deus está executando os seus próprios traçados, afetando outros e ao mesmo tempo afetando aquela alma, a qual parece estar sendo alvo de uma disciplina especial. Você que está cheio do horror de grandes trevas por causa das maneiras de Deus para com a humanidade, aprenda a confiar naquela sabedoria infalível, que trabalha junto com imutável justiça.
E saiba que Aquele que passou pelos horrores do Calvário com o grito de desamparo, está pronto a lhe fazer companhia pelo vale da sombra da morte até que você veja o sol do outro lado. Que nós, através do nosso Precursor, lancemos a nossa âncora, a Esperança, além do véu que nos separa do invisível; ali ela se firmará em terreno que não cede, mas que resistirá até o raiar do dia; e, seguindo-a, nós entraremos naquele céu que nos está garantido pelo imutável conselho de Deus. — F. B. Meyer
Os discípulos pensavam que aquele mar enfurecido os separava de Jesus. E mais! Alguns deles pensaram algo ainda pior: pensaram que aquela dificuldade era sinal de que Jesus os tinha esquecido e não Se importava com eles. O meu amigo, é aí que está o ferrão das tribulações: quando o diabo segreda: "Deus Se esqueceu de você!" Quando o seu coração incrédulo exclama como Gideão:"Se o Senhor é conosco, por que tudo isto nos sobreveio?"
O mal veio até você para aproximá-lo mais do Senhor. Não para separá-lo de Jesus, mas para levá-lo a depender dEle mais fielmente, mais confiadamente, mais simplesmente. — F. S. Webster. M. A.
Quando parece que o Senhor nos abandonou, então é que devemos abandonar-nos mais ainda em Suas mãos. Gozemos a luz e o consolo que Ele tem prazer em nos dar; mas não fiquemos ligados aos Seus dons, e sim a Ele mesmo. E quando Ele nos mergulhar na noite da pura fé, avancemos ainda, através da angustiosa escuridão.
"Porque tu estás comigo." (Sl 23.4.)
A terra que pisou darei a ele e a seus filhos, porquanto perseverou em seguir ao Senhor. (Dt 1.36.)
Todo dever difícil que estiver no seu caminho, e que você preferiria não cumprir porque lhe custará penoso esforço e luta, encerra uma bênção. Custe o que custar, você deve cumpri-lo, ou perderá a bênção nele contida.
Todo trecho difícil do caminho, em que você vê as pegadas de sangue do Mestre e pelo qual Ele lhe ordena que O siga, conduz seguramente à bênção; bênção que você não obterá se não atravessar a vereda íngreme e espinhosa.
Todo ponto de combate em que você precisar desembainhar a espada e lutar contra o inimigo, encerra uma perspectiva de vitória, que resultará em ricas bênçãos para a sua vida. Todo fardo pesado que você for chamado a erguer encerra algum estranho segredo de força. — J. R. Miller
(tirado do Livro: Manancias no Deserto)