terça-feira, 22 de dezembro de 2009

22 de Dezembro

Eis que lhe sobreveio um horror de grandes trevas. (Gn15.12.)

Finalmente o sol se pôs e a rápida noite oriental cobriu a cena. Cansado pelo conflito mental, pelo estado de alerta e pelo desgaste do dia, Abraão caiu em profundo sono, e naquele sono sua alma foi oprimida por uma densa e terrível escuridão que quase o sufocou, e que pairou sobre o seu coração como um pesadelo. Você conhece um pouco do horror daquela escuridão?

Quando algum terrível sofri­mento, que parece difícil de ser conciliado com o perfeito amor, desaba sobre a alma, sacudindo dela todo o seu calmo repouso na misericórdia de Deus e lançando-a num mar escuro, sem um raio de esperança; quando mãos impiedosas e cruéis maltratam o coração confiante a um ponto em que ele começa a duvidar se há um Deus em cima, que vê aquilo e o permite — esse coração conhece o "horror de grandes trevas". É disto que é feita a vida humana.

De brilho e penumbra; sol e sombra; cadeias de nuvens, seguidas de aberturas luminosas; e no meio de tudo, a justiça de Deus está executando os seus próprios traçados, afetando outros e ao mesmo tempo afetando aquela alma, a qual parece estar sendo alvo de uma disciplina especial. Você que está cheio do horror de grandes trevas por causa das maneiras de Deus para com a humanidade, aprenda a confiar naquela sabedoria infalível, que trabalha junto com imutável justiça.

E saiba que Aquele que passou pelos horrores do Calvário com o grito de desamparo, está pronto a lhe fazer companhia pelo vale da sombra da morte até que você veja o sol do outro lado. Que nós, através do nosso Precursor, lancemos a nossa âncora, a Espe­rança, além do véu que nos separa do invisível; ali ela se firmará em terreno que não cede, mas que resistirá até o raiar do dia; e, seguindo-a, nós entraremos naquele céu que nos está garantido pelo imutá­vel conselho de Deus. — F. B. Meyer

Os discípulos pensavam que aquele mar enfurecido os separava de Jesus. E mais! Alguns deles pensaram algo ainda pior: pensaram que aquela dificuldade era sinal de que Jesus os tinha esquecido e não Se importava com eles. O meu amigo, é aí que está o ferrão das tribulações: quando o diabo segreda: "Deus Se esqueceu de você!" Quando o seu coração incrédulo exclama como Gideão:"Se o Senhor é conosco, por que tudo isto nos sobreveio?"

O mal veio até você para aproximá-lo mais do Senhor. Não para separá-lo de Jesus, mas para levá-lo a depender dEle mais fielmente, mais confiadamente, mais simplesmente. — F. S. Webster. M. A.

Quando parece que o Senhor nos abandonou, então é que deve­mos abandonar-nos mais ainda em Suas mãos. Gozemos a luz e o consolo que Ele tem prazer em nos dar; mas não fiquemos ligados aos Seus dons, e sim a Ele mesmo. E quando Ele nos mergulhar na noite da pura fé, avancemos ainda, através da angustiosa escuridão.

"Porque tu estás comigo." (Sl 23.4.)

Tirado do Livro : Manancias no Deserto

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